(Por Lucas Marchese Soares)
Meu pai, por sorte minha, sempre foi, e ainda é, um grande
fã de games. Umas das minhas lembranças favoritas é a de passar tardes e tarde
ao seu lado, assistindo-o jogar diversos jogos no sofá da sala. Não entendia
muito bem o que era aquilo, ou como funcionava, mas como era bonito de ver
todos aqueles pixels na tela seguindo os comandos que ele dava pelo controle. Todas
aquelas cores contrastantes e quadradinhos, que, juntos, formavam um mundo tão longe do real que só
aumentava minha vontade de explorar tudo aquilo nos mínimos detalhes.
O primeiro videogame que tive foi um Super Nintendo, herdado
do meu pai. Depois de tanto tempo apenas aproveitando a experiência de forma
passiva, finalmente o controle estava na minha mão. Tudo aquilo parecia mágica
pra mim. Eu era um herói medieval, um piloto de avião, um macaco de gravata ou
até um encanador italiano acima do peso. Todos aqueles mundos 2D, histórias e
personagens até hoje me fascinam.
Alguns anos depois, após passar a maioria das minhas tardes
jogando e criando histórias na minha cabeça, já que não entendia inglês, ganhei
um Nintendo 64. Me lembro bem do momento que vi a caixa pela primeira vez.
Enquanto agradecia incansavelmente meu pai pelo presente, ia abrindo com todo
cuidado, deixando com que aquele cheiro de coisa nova me hipnotizasse. Já fora
da caixa, meu pai o pegou e me mostrou como instalava na TV. Enfim estava
ligado. O logo da Nintendo aparecia na tela, seguido pela icônica saudação do
Mario. Meus olhos arregalaram ao ver todas aquelas imagens redondas, vivas e em
3D.
A partir daquele dia descobri que games não são só uma forma de passar o
tempo. Eu via que era muito mais do que só isso. Era uma nova forma de contar
histórias, de transmitir ideias, de fugir da realidade, de emocionar e de se
fazer arte, onde quem decide qual caminho seguir é você, que está com o
controle na mão.
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